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Era uma vez, o fim.

A morte pairou sobre uma mente doce e encantada cheia de sonhos, que pensava que o mundo era apenas amor.

Talvez, como a fênix, ela renasça dessas cinzas de ilusão e volte a escrever. A morte, de fato, é para sempre, porém, milagres acontecem.

***

Tudo que está registrado desse verde espaço foi escrito com amor, de mim para mim. O tempo e esse amor, infelizmente, está esmorecido. Talvez deixe-o aqui parado, ou então excluir de vez, todos meus escritos estão salvos e registrados na minha memória. Foi lindo enquanto durou.

Obrigado pela companhia e intensidade compartilhada!


Nayla Lima.


Recortes #1


Dura a vida de Eli Rosa, com sua gata Serafina.
A vizinhança dizia que ela era louca varrida.
Ganhava a vida lendo a sorte e sonhando com o futuro.
Dizia que Serafina, em outra vida, era cigana interprete de sonho.
Certo dia conversando com sua vizinha declarou o que Serafina havia lhe contado:
“Às vezes sonho em preto e branco, às vezes em sépia e raras vezes nas outras cores.
Sonhos é inquietude.
Assim como viver é incessante.”
Certa manhã Eli foi encontrada morta no sofá de sua casa com a gata velando seu corpo.
Dizem que Serafina havia escrito uma carta dizendo que Eli na próxima vida seria uma garça.
Imagem e inspiração: Tide Hellmeister

Sorriso esquecido

O dia amanheceu nublado era uma manhã fria em 1944, as crianças do pequeno vilarejo brincavam. As meninas pulavam corda e os meninos jogavam bolinhas-de-gude. Avistava ao longe o carteiro em sua bicicleta, para as mocinhas apaixonadas, cartas perfumadas; para a família desempregada, dividas a serem pagas; para a velhinha rabugenta que morava no final da rua uma caixa.

Surpresa com a encomenda demorou a abrir, as crianças tinham medo dela, ela era a velhinha que nunca sorri. Passada algumas horas, a velhinha decidiu abrir a encomenda, havia um bilhete que dizia:

     "Minha flor, minha cor,
minha amada. Sonho com
o dia em que esta guerra irá
acabar e verei seu lindo
sorriso novamente, que me
enche de paz e esperança.
Do seu eterno amor.
                 França, 1914"

Lágrimas acompanhadas de um sorriso amargurado, triste e cansado, brotaram do rosto da velhinha rabugenta.

Aquarela

Ela sorriu ao sentir a euforia que vinha de dentro...

As flores, os pássaros, a brisa, a primavera.
A felicidade em forma de aquarela
pintadas nas entrelinhas dos nossos corpos,
O amor brotava dos nossos sorrisos...
A tristeza e a saudade se rendeu aos nossos sonhos coloridos
De longe podia-se sentir o cheirinho do jasmim e do alecrim.

Ah, a primavera é mesmo encantadora!

Adeus...

Um rouxinol canta sua canção de adeus...

Todas as minha lembranças mantém você próximo.
Em momentos silenciosos imagino você aqui. E lágrimas aflitas escorrem dançando pelo meu pálido rosto.
O seu silêncio me faz perder o fôlego.
Fico na esperança de que tudo isso seja apenas meu estado mental e que você vai aparecer novamente me pedindo perdão por isso.

Estive tão perdida desde que você se foi
Por que não eu antes de você?
Por que o destino me enganou?
Tudo se tornou tão errado.
Por que você me deixou sozinha?
 
Eu vejo as nuvens se amontoarem e o sol não aparece para aquecer meu corpo gélido, apenas chove.
Eu sei, isso foi destinado para ser errado.
Juntos em todas essas lembranças eu vejo seu sorriso.
Todas as recordações eu guardei tão bem. Meu bem, sabes que irei amá-lo até o fim dos tempos.

Te amo tanto que dói em minha alma.
Tenho que lutar porque no fim isso valerá, e a dor que eu sinto devagar vai desvanecer. Vontade de ficar nesse mundo não tenho, atraves da nevoa que entorna o meu rosto vejo um anjo chamar meu nome, e luto para não ir com ele. Mas tenho que tentar, o que eu carrego comigo é a única razão que eu tenho para ficar nesse mundo - o fruto de um amor sincero.

***


Imagem by Elizabeth Morgan (DeviantArt)

Libertando meu lado gótico :)

Bons Ventos

Eles que fazem as folhas dançarem uma melodia suave
Eles que uivam na calada da noite
Eles que desfiguram um dente-de-leão
Eles que trazem a chuva carregada de esperança para um povo

São os bons ventos
Ventos que levam meus sonhos para além do céu
Ventos que trazem consigo o aconchego do inverno
Ventos que semeiam as boas novas

São os mesmos ventos que me trouxeram a paz
São os mesmo ventos que regozijam a minh’alma
São os mesmos ventos que acalentam meu pranto
Serão esses mesmos ventos que irão trazer você pra mim

|Em 26/07/10 - modificado em 31/07/2010

Ventos elísios se realinharam ao sul
só pra brincar nos seus cachos de claros sonhos puros
Sopram imagens que levam e trazem
de um lado ao outro, por um outro lado do escuro

|Jorge Vercilo - Ventos Elísios


Agridoce

Esqueci meus olhos em cima dos teus, e, achei uma delícia isso que aconteceu
Sentindo o teu cheirinho misturar com o meu, um ar agridoce
Foi engraçado, me assustei ao me ver daquele jeito, encantada com seus gestos e movimentos

Tratei de gravar aquele momento no minha memória
Com toda sinestesia possível
Não reparei no tempo, nem no sol, não me lembrei de sentir o clima
Mas foi perfeito aquele momento.

Eu estava tão triste, e você apareceu, com uma voz fina e aconchegante
Você mordendo meu nariz
E eu com um riso bobo na cara. Momentos de muita alegria.
A saudade dói...

A estrela que guia o barquinho

Náh, lá no fim do céu está sua estrela,
Que guia o barquinho no fundo do mar...
Uma luz tímida e meiga,
Ouço daqui, seu som suave, sereno
E vou me perdendo nesse mar sem fim...
E lá, lá está, nah: a estrela. está! e lá vai...
seu brilho,  suaveee, refletindo a luz intensa,
e clara, mas de forma suave, como se não quisesse ser percebida;

Mas seu encanto vem, para guiar o pequeno barquinho que está bem alí, no infinito mar...
Náh reflete sua luz como poesia nas ondas do mar, e a lua, vem ajudar a desenhar o traço cintilante nas ondas que balançam como música. E lá está, náh... e lá vai, a estrela deixando seu marcante e tímido traço de luz  para guiar o barquinho, que segue o seu rastro de luz;
Música e poesia.

|Escrito por Gabriel Revlon
***
Ganhei do Gabriel, adorei muito =)
 (meu nome significa: a estrela que guia o barco)

Perigo!

Se hoje vivo, foi porque um dia senti o perigo
Nascer foi meu primeiro desafio
Tive de apanhar para poder conseguir respirar, por conta própria.

Se hoje vivo, foi porque um dia eu quis sentir perigo
Saltei
Do mais alto penhasco,
Tola eu, achei que tinha asas
Mas eu tinha asas, porém, artificiais.

Hoje eu vivo, incompleta
Não quis sentir o perigo,
O perigo que eu ainda não consegui superar muito menos enfrentar...

O perigo de Amar!

***
Tentativa frustrada de um micro poema, com a prática aprendo =)

Olhares

Num dia comum eu encontrei o seu olhar.

E nesse mesmo um dia, um garoto numa rua movimentada a espera do sinal fechar encontrou uma garota, mas ainda não havia encontrado o seu olhar. Logo após cinco segundos o olhar dela encontrou o dele, mas logo correu, pois o sinal havia aberto.

E há uns dez quilômetros dalí, um olhar maldoso encontra sua vítima, inocente ela, mal sabia que havia se encantado com o olhar de seu violentador.

Pouco mais ou pouco menos de cinco minutos daqueles dez quilômetros, uma mulher com um olhar decepcionado encontra o olhar envergonhado de seu futuro ex marido ao lado de sua provável amante.

Segundos mais tarde o olhar confiante e humilde penetrava o olhar cauteloso e apaziguador de seu futuro chefe.

E naqueles mesmos segundos na rua de trás o primeiro olhar de um ser que milagrosamente nasceu, encontra o olhar amoroso e entornado de lágrimas de sua genitora.

Porém em instantes atrás, o olhar de uma pessoa desiludida com uma vida trivial, se delicia com o olhar do suicídio. Essa pessoa não acreditava mais nas melodias de belas frases como Deixo o sol bater na cara, esqueço tudo o que me faz mal, deixo o sol bater no rosto que aí o desgosto se vai*, ou conselhos perfeitos e que nas pessoas 'comuns' sempre funcionam dos livros do Augusto Cury**, tudo não bastava de vã ilusão insipiente humana. Assim acreditava.

Mais um pouco longe dalí, mas não muito, um olhar sem encontrar outro olhar, um olhar mergulhado na solidão, vagando fantasmagoricamente a procura de um outro olhar, que assim como o seu, precisava de um pouco de cor e alegria.

E antes de todos esses olhares, nesse dia comum encontrei o seu olhar. Voltamos à primeira linha.
Pois bem, encontrei o seu olhar, numa roda de amigos. Eu era a assassina e você o detetive que numa tentativa frustrada de te assassinar, você gritou "você está presa em nome da lei", e, você e todos os outros alegremente, nos divertíamos sem saber o que acontecia com o resto do mundo.

***

* Música: Girassóis - Pouca Vogal , que particularmente é a minha preferida.
** Nada contra aos livros do Augusto Cury, são ótimos principalmente "Nunca desista de seus Sonhos", leiam é bom!

Amadurecência

Aceitar a realidade do jeito que realmente é, para muitas pessoas não é algo fácil. Tem momentos que precisamos levar baldes de água fria para entender e aceitar os fatos e acontecimentos ao nosso redor. Apanhar dói, machuca e causa sofrimento, mas corrige e desentorta. Um bom conselho, elogios, palavras bonitas são sempre bem vindas. Sermões, palavras duras e ásperas sempre nos abatem. Receber estimulos de pessoas é algo louvável, é muito bom conversar com amigos e amores. Isso tudo acaba ajudando a resolver os problemas de uma forma coerente e direta. Usando sempre a razão para acertar, ensinar e administrar os sentimentos e a emoção. Tudo no inicio é sempre complicado, difícil, desestimulante e impossível. Por isso que é bom ter amigos, sorrir e não se preocupar em demasia. E no final de tudo, amadurecer para a vida não é um bicho de sete cabeças e ser adulto não é tão difícil como parece ser.

Um dia feliz


O dia amanheceu chuvoso, mas logo o sol apareceu. Juca acordou e logo acordou seu irmão Jôca para o dia começar mais cedo. Foram no quarto dos pais e pularam em cima da cama acordando os pais com risos e cócegas. A mãe era de uma aparência  doce e amável, o pai refletia em seu rosto e gestos a segurança e a alegria de uma criança. A casa era amarela, de telhado alaranjado e flores na janela. No interior tudo era bem simples, mas aconchegante e quentinho. Não era necessário ter tudo, mas o pouco era suficiente e a felicidade ali morava. Foi um dia especial, um dia feliz e proveitoso. Os dois irmãos sentiram uma alegria tão grande e eles sentiam o amor recíproco dos seus pais. E assim a noite chegou e eles foram dormir com a sensação mais prazerosa que já sentiram na vida...

E no dia seguinte, no jornal local, estava na primeira página, dois jovenzinhos de idade entre dez e onze anos, órfãos e moradores de rua foram encontrados mortos por terem consumido uma grande quantidade de cocaína.

Foto: DeviantArt

***

Novo layout e novo nome. Mudar é preciso, ainda mais quando é para melhor!
Mas porque "Intensa"? Porque sou bem sensitiva com palavras simples e ultimamente minha intensidade está a flor da pele, e isso é bom. E como o blog faz dois anos em fevereiro e eu sou um pouco apressada, resolvi adiantar logo a novidade que pra mim é muito boa. E daqui por diante, o que irei escrever concerteza será o meu melhor, espero que quem lê este simples blog goste :)

Sinestesia


Foi como se ela tivesse voltado no tempo, no tempo em que tudo era bom. Sentiu a nostalgia invadir aquele cômodo velho e abandonado que cheirava a saudade e uma melodia azul tomou conta do lugar. Bonecas, quadros, pinturas, papéis de cartas com o cheiro aspero de romance. E o filme da sua juventude, já esquecido passou novamente diante de seus olhos amargurados pelo tempo. E em cima da prateleira, uma fotografia, em sépia e manchada pelo beijo do tempo. E no rosto um sorriso já amarelado, e o sabor da lágrima era doce, de saudade. Na fotografia estava o amor, sereno e macio como uma seda, sorrindo carinhosamente para sua meiga senhorita, que já não era mais jovem. O afago do destino fora cruel, a morte levou seu amor como o vento leva consigo uma folha seca e lhe deixou de presente a tristeza, com um abraço cruel e confortador.

Inverso

Um livro livre
Um livro branco
De verso servo
De verso preto

Um livro servo
Um livro preto
De verso livre
De verso branco

O branco no preto
O preto no branco
Um livro zebra

Letrado em versos
Versado em letras.

POR NAYLA LIMA NO ANO DE 2001                                      

Esse pequeno poeminha foi feito por mim - até eu fiquei pasma quando o reencontrei! - achei ele numa das minhas faxinas de coisas que não me serviam mais, foi feito numa atividade interativa, eu tinha 9 anos.  Meu primeiro (o único, vamos dizer) poema de cordel. Bem simples, mas fiquei muito feliz por saber que um dia eu tive criatividade pra criar um poeminha simples e fofinho que nem esse.

PS: O servo do poema se refere a  "pessoa que depende de outra de maneira subserviente." e não de "que está sob o domínio de algo ou alguém."

O mar e Ana

Ana admirando o mar a na beirada da praia, vendo os pássaros voarem ao longe. Sentindo a brisa tocar seu corpo e invadir seu coração com um desejo gostoso, e fechou os olhos para degustar melhor daquela sensação. Os pés descalços, cabelos ao vento e seu vestido claro dançando com a brisa e quando estava lá não queria saber de mais nada.
Como se fosse um ritual, no crepúsculo, em cima da pedra mais alta, Ana hipnotizada, admirava o mar. Viu seu reflexo no mar, e o mar viu Ana.
Se jogou.
Ana abraçou o mar e o mar abraçou Ana. Um encontro apaixonado e com os pássaros Ana foi ao encontro do mar, sentiu toda aquela sensação de paixão. Nadou com os peixes, brincou com os pássaros, e olhando pela ultima vez o vilarejo sorriu e se foi.
Ana foi com o mar, e o mar estava com Ana. E todos ainda lembram-se de como Ana se apaixonou pelo mar e o mar se apaixonou por Ana.

INSPIRADO NA MÚSICA ANA E O MAR - O TEATRO MÁGICO

5 vezes...


Existem várias coisas que eu queria ter feito, queria ir a várias lojas de doces diferentes e pedir um de cada, queria pedir ao sorveteiro um sorvete de cada sabor...
Eu queria ter nascido cinco vezes. Assim eu poderia ter cinco profissões, poderia ser professora, astronauta, médica, aeromoça e empresária. Eu poderia ter nascido em cinco lugares diferentes, Amsterdã, Paris, Canadá, Japão, Havaí... Eu poderia rir, comer, ler, experimentar, ouvir e sentir cinco vezes mais, e principalmente ter me apaixonado pela mesma pessoa cinco vezes.
INSPIRADO NA FALA DE ORIHIME, PERSONAGEM DO ANIME BLEACH

O ladrãozinho de mangas

Ela estava lá no ultimo galho, brilhante, rosada e com um aroma hipnotizante. O garoto se perguntava, porque as melhores frutas ficam sempre nos galhos altos? Não iria ser fácil conseguir aquela manga, corria o risco de ser pego pelo dono da fazenda, levar um tremendo tombo e ainda ser abocanhado pelos cachorros. Uma missão que não era impossível, mas difícil e com certa precisão de tempo.
Cuidadosamente ele começou a subir pela mangueira, de galho em galho, alguns já velhos quebravam e ele escorregava, o suor do meio dia aumentava e o medo também. Até que um dos cachorros ao longe vinha latindo ao seu encontro, alguns centímetros o separava daquela linda manga que mais parecia uma jóia preciosa. A adrenalina aumentou, e em de fração de segundos ele conseguiu pegar aquela jóia e num pulo preciso, se esborrachou no chão protegendo com todo cuidado aquela preciosidade em suas mãos. Correndo aceleradamente até a cerca, com dois cachorros enormes que mais pareciam monstros e um homem gritando e correndo loucamente com uma carabina nas mãos atirando para o céu, como se quisesse que chovesse sangue. Em um milésimo de segundo, um daqueles monstros conseguiu lhe arrancar um pedaço de sua bermuda já surrada e por pouco não lhe arrancava uma banda das nadegas. Como o diabo corre da cruz, ele conseguiu passar pela certa de arames farpados sem se embaraçar e correr mais aliviado até sua casa na árvore.
O velho fazendeiro desolado, que há dias esperava ansioso por aquela linda manga amadurecer, e ver ela indo embora com aquela criança, e se lembrou de sua infância.

- Agora sei o que aqueles fazendeiros falavam quando eu já estava longe - sorriu- Eu ainda te pego seu moleque!

Dói...

Parece que a minha estrela parou de brilhar, e uma luz se apagou dentro de mim. A escuridão tomou conta de minha mente e meu coração congela. Sinto um arrepio que me deixa desorientada e só.
A solidão quer me abraçar, com seus braços congelantes e fortes, ela não quer me soltar. Meus olhos parecem rios, que ardem ao tocar em minha pele. Sinto que o medo invade meus ouvidos e como uma espada, atinge meu coração fazendo todos os meus sentidos se apagarem.
Um turbilhão de pensamentos nostálgicos passam rapidamente que são estilhaçados pelo agora. Não sei dizer porque, mas isso está doendo a cada dia mais, quero me livrar dessa agonia avassaladora, porem, eu não consigo. Não tenho forças suficientes, eu preciso de suas mãos calorosas e amorosas. Te fiz sofrer, e esse sentimento pisa em mim. Não sei o que fazer, eles estão conseguindo me arruinar, parece que estão saindo vitoriosos... e eu estou desistindo de viver.

Sorria :)

Há situações na vida que nos fazem perder o sorriso, e sempre aparecem pessoas que nos dizem para nunca deixar de sorrir. Um amigo, um familiar, uma canção, ou até mesmo alguma frase. Apesar de muitas vezes a dor ser grande, não devemos deixar de sorrir. Se dermos espaço, a dor e a tristeza , corrói o coração, transformando pessoas tristes e cheias de rancor.

O sorriso é o melhor remédio para uma criança, o melhor remédio para a perda de um ente querido, que por mais doloroso que seja, resolve. Um sorriso acompanhado de "eu gosto muito de você" a um amigo, acompanhado com um "eu te amo" no aniversário dos pais ou para um namorado. Um simples gesto facial que transmite turbilhões de sentimentos sinceros.

Uma lágrima que insiste em cair, continue sorrindo. Esse é o melhor momento para você sorrir e se prevenir das rugas futuramente. E o melhor de tudo, toda a tristeza, o medo de tentar, as desilusões, e você descobrirá que a vida ainda vale a pena. Por isso, sorria...



Smile - Charlie Chaplin

Observações

Por conta do tempo e a sobrecarga de tarefas as pessoas se esquecem de contemplar muitas coisas da vida, coisas estas que os próprios humanos fazem questão de destruir. O eufemismo avança e esses pequenos detalhes ainda existentes vão se deteriorando por conta de um novo arranha-céu.
Que bonito é o futurismo, ou melhor dizendo o avanço tecnológico das nações, mas costumo chamar isso de ganancia por dinheiro. Um avanço que destrói e acomoda. O céu que era azul e de repente ficou cinza, que estranho não? Isso mais parece química! Vi outro dia na revista uma mulher usando um esquilo, bizarro não?!

*UMA PEQUENA TEORIA DA AUTORA*
Pessoas que usam casacos de pele, me dão nojo.

As coisas vão se desfazendo e você se esquece de ver como o dia está lindo na manhã, como as árvores ainda dançam sua valsa fúnebre, e como o sol sorri ardente e quente, quase insuportável de tão alegre. E meu professor de biologia dizendo que os seres humanos serão extintos, tenho minhas duvidas. Se depe
nder da saudosa tecnologia, não sei. Mas sei que tento guardar na minha vasta lembrança isso que hoje é bonito e formoso e verde e orar para que o homem&dinheiro não destrua amanhã.


As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa. Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens. Escuridões enevoadas. No meu ramo de atividade, faço questão de notá-los. ( A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak - Página 10.)




Rotina

Cinco horas da manhã, levanta se espreguiça e segue ao banheiro, olha-se no espelho e vê o rosto marcado do travesseiro não tão novo assim. Escova os dentes, toma um banho gelado e se veste e prende o cabelo que todos os dias acorda de mal humor. Bom dia a todos, café morno com leite frio e um pão com manteiga. Seis e quarenta e cinco, tchau a todos.

Sobe uma ladeira um pouco cansativa, o mesmo homem desce todos os dias com um bigode que o deixava parecido com Seu Madruga, do Chaves. Sempre imaginava lugares toscos de onde aquele homem chegava ou ia. O mesmo caminho, não tinha outro. Chega ao ponto de ônibus, a mesma mulher mal encarada, seu nariz era estranho, amassado, devia ser cristã. Cabelo preso, roupas compridas e olhava de cima a baixo todas as mulheres e alguns homens que passavam. Ficava imaginando o que aquelas pessoas faziam, e quando algum olhava para ela, desviava o olhar, fechava a cara e tornava a ter outros pensamentos. Também havia um rapaz moreno de olhos verdes que parecia ter medo de gente, sempre se isolava e ficava longe do ponto de ônibus. Havia a moça tagarela e conversava com todos e uma mulher com uma filhinha linda porém espevitada e inquieta, o que a deixava chata.

As mesmas pessoas chegavam, sabia os horários de todos os ônibus antes do que ela esperava. E finalmente ele chegou, as pessoas se empurravam para entrar, mas não havia bancos vazios não sabia o motivo de tal pressa, ela era sempre a ultima a entrar. Bom dia cobrador. O fundo seu lugar, não gosta da frente, todos vão para lá, detesta o meio onde algum acima do peso empaca, prefere o fundo, mais vazio, e em pé até seu caminho. E no fundo estavam seus amigos onde conversava sobre livros, filmes e as matérias da escola. Eles desciam e ela ficava presa novamente aos seus pensamentos fúteis e inúteis.

Finalmente depois de dez minutos é hora de ela descer, o mesmo lugar. Estudar, conversar, atenção para não se confundir. Terminou. Onze e cinquenta e cinco vai novamente pegar o coletivo e voltar para casa. Doze horas e trinta minutos, muita fome. Almoça, toma um banho e faz as atividades. O resto da tarde é dedicada a coisas não muito importantes, Orkut, MSN, musica e um novo treco da internet, um tal de tiuiter, tuiter, tititer, twitter, não sei o que.
Oito horas da noite, banho, café quente com leite frio e dois pães, um pedaço de melancia, escovar os dentes e dormir para amanhã começar tudo outra vez.

Pequena Notável

Conheci a Mafalda em um livro de História falando sobre a Ditadura Militar, desde então me apaixonei pela garotinha que questionava os problemas do país aos seus pais.
Mafalda foi criada na Argentina pelo cartunista Quino, que quis representar com suas tirinhas os problemas da Ditadura Militar em seu país, para falar da censura, feminismo, crises econômicas e política internacional e acabou virando um dos símbolos dos anos 70. Apesar de ter quase 45 anos de existência e abordar assuntos como a Ditadura, suas tirinhas por muitas vezes se tornam atuais.
Problemas sociais, problemas políticos, me identifico muito com a Mafalda. A única diferença é que, naquela época havia a censura de expor suas criticas e seus ideais, hoje em dia podemos reinvidicar nossos direitos, lutar por uma sociedade melhor. Temos ela como um exemplo, ver os problemas e perguntar porque eles ainda não foram resolvido e o melhor de tudo que podemos cobrar e fazer com que isso seja feito.


Para quem quiser tirinhas da Mafalda, tem um blog que publicava (terminaram infelizmente) que disponibilizou as tirinhas para baixar. Quem quiser dar uma olhada e baixar as tirinhas, Clica no banner abaixo.
Clube da Mafalda

• As Lágrimas •

As lágrimas...
Derramadas por uma mulher que chora pela perda de seu filho numa guerra,
Que rolam sobre o rosto de uma criança com fome e sem ter exatamente nada para comer,
As lágrimas de um idoso com frio deitado sem um cobertor nas ruas de uma grande cidade,
Deixadas cair por um país que sofre com a fome e com a violência...
São as mesmas lágrimas de uma saudade as mesmas lágrimas de uma felicidade.

• Eu acreditava •

Logo após a chuva sempre aparece um arco-íris, eu acreditava que no final desse arco-íris existia um duende pequeno de orelhas pontudas com um pote de ouro na mão. Quando eu via aquele arco-íris me dava uma vontade de ir até o final dele, e então ficaria rica e teria tudo o que quisesse. Quando me deparava com um na rua, tentava arrastar a pessoa que estava comigo para embarcar nessa aventura, mas sem sucesso. Até hoje fico imaginando o que tem no final daquele arco íris - somente um anão vestido de verde segurando um pode de moedas de chocolate que em vez de te entregar lhe pregaria uma boa traquinagem. Mas acho que eles não chegam até o chão, por isso não é possível de determinar seu fim.
Até que me conformei que eles não existiam, somente em jardins, filmes e brinquedos. Minha infância sempre foi acreditar em coisas absurdas para mim hoje, mas a coisa que eu nunca queria perder da minha infância é acreditar nas coisas impossíveis e que maldade só nas bruxas de contos de fadas. Só que infelizmente quando crescemos descobrimos que contos de fadas não existe e que a maldade habita no coração das pessoas.

• Ações e reações

O calor estava insuportável naquela tarde, 31°, o coletivo ainda estava vazio quando um rapaz elegante encostou perto de mim fazendo menção de dirigir a palavra a mim e suei frio com aquela atitude, não o conhecia, talvez respondesse o que ele iria me perguntar, mas ele não iria falar comigo, falou com uma senhora conhecida na sua frente. Vocês agora se perguntam do porque dessa minha atitude um tanto indiferente. Ele tinha uma espécie de síndrome de down (falo porque tenho um parente que possui isso), mas quase não se notava, apenas pela sua fala embolada. Estava com um livro fechado em cima do meu colo e de repente ele olhou para mim e em seguida para o livro e depois para mim de novo. De repente fiquei com o rosto avermelhado, suei de novo mas de constrangimento pelo que se passou na minha mente, podia sentir os olhares de desprezo lançados a ele e ele simplesmente sorriu. Olhou para mim de novo e disse "Ótimo livro" e foi sentar em seu lugar novamente.

Nunca me senti tão idiota na minha vida, como pude ser tão... sei lá, foi ridícula a minha atitude, um tanto preconceituosa pelo simples fato daquele rapaz querer falar comigo. Meu primo que também é especial, ele é uma pessoa super carinhosa e meiga - como aquele rapaz foi ao dizer sua opinião sobre meu livro -, certa vez meu primo, que é bem mais velho que eu, já me pediu em namoro, já pediu a própria tia pra casar, enfim, apesar disso nada atrapalhou mas é difícil se lidar com a situação, mas quando você conhece a pessoa a bastante tempo se tem aquele convívio e você pode conversar com ela e tal. Mas, quando vemos pessoas especiais assim pensamos sobre os preconceitos que ela, de um certo modo, sofre e quando essas pessoas não nos conhece e se prontificam a falar conosco, reagimos de um modo diferente - não sei as outras pessoas. Me senti envergonhada com aquela situação, me rebaixei ao nível das pessoas que comentavam e lançavam olhares desagradáveis a ele. Apesar de tudo, quando saí do ônibus e ele ainda estava lá olhei para ele e sorri, meio que pedindo desculpas pelo ocorrido e ele sorriu de volta me recomendando ler A menina que roubava livros, após isso fui para o colégio e tentei esquecer o fato mas com um grande aprendizado...

Não importa se a pessoa é feia ou bonita, se é alta ou baixa, se é especial ou comum, o importante não é julgar e sim aprender. Talvez um pouco sem lógica, mas o importante mesmo é deixar esse tipo de coisa pra trás e aprender com eles, aprendi e aprendo muito com meu primo e principalmente com um rapaz que nunca vi na vida e me recomendou um bom livro para ler. Infelizmente fico triste por essas coisas acontecerem nos dias de hoje, mas tenho esperanças de que isso tudo um dia não existirá mais.

E assim começa, era uma vez ?!


Assim tudo começa...

Era uma vez...
Era, 3ª pessoa do singular do verbo ser, ela era pretérito imperfeito.
Mas o passado não era imperfeito, tinha lá suas perfeições;

Mas perfeicão, será que ela realmente existe, será que não era omissão?
Vamos lá no Aurelio; Omissão sf. 1. Ato de omitir alguma coisa - Omitir v. 1. Deixar de incluir alguma coisa. Será que omitiram ela por ilusão?

Omissões fazem o maior sucesso, mas o sucesso da omissão não pode se expandir por que alguem não será contemplado com a verdade.
Verdade? Hum... Ela existe desde quando? Será que o fato do passado ser perfeito, devido a omissão, nós não chegamos a ser capazes de ver essa imperfeição?

Bom o mais certo é que toda historinha começa com o era uma vez, e se era , já foi não existe mais, acabou.
E quanto ao foram felizes para sempre? Mais uma invenção, ninguem é feliz pra sempre, porque o sempre ele não existe por sí só, ele é uma construção contínua.

Eu prefiro acreditar no NUNCA! Nunca saberei onde vou, onde começei ou onde vou parar. Quanto ao passado, ele era imperfeito, mas, também perfeito. E quanto a verdade, continuarei com a duvida, ela existe ?!